Estávamos em Penha/SC, um dia depois de curtir o maravilhoso Beto Carrero, e começamos nossa viagem de volta para Belo Horizonte, após alguns dias no Sul do Brasil. Resolvemos procurar um lugar pra dormir no litoral de SP, pois nosso destino, Campos de Jordão, estava um pouco longe.

Atenção: esse post é um desabafo sobre Peruíbe e sobre viajar de moto na chuva, possui altas doses de reclamação =P

Peruíbe, a cidade do azar

Chegamos em Peruíbe umas 16h e começamos a procurar hotéis. A praia, de areia preta e lamacenta, não era nada bonita e estava deserta. A avenida beira mar não tinha ninguém e vários hotéis estavam fechados.

Era uma quarta feira de fevereiro, fora de temporada, e esperávamos encontrar diárias super baratas. Pra nossa surpresa, paramos no primeiro hotel e a diária era mais de R$ 200! E a média ficou nesse valor nos próximos 10 que olhamos.

Tentamos ir para a praia de Guaraú, que diziam ser mais bonita. Depois de uma estradinha macabra chegamos em uma vila que deu medo. Os moradores olhavam desconfiados pra gente, as poucas pousadas que vimos estavam abandonadas… tudo muito esquisito.

Acabamos voltando pro centro de Peruíbe, e nesse meio tempo já eram umas 18h, parecia que ia chover, estávamos mortos de cansaço e eu já estava pagando qualquer coisa pra dormir.

Pensamos em ir pra próxima cidade mas já estava de noite e estávamos cansados. Acabamos pagando R$ 180 no Mirante Praia Hotel, com dor no fundo da alma, porque a diária mais cara até agora tinha sido de R$ 140.

Achamos que o hotel ia ser uma mordomia só, mas não. A TV de tubo de 14″ e a cama de tamanho normal já indicava que a cidade tinha furado nosso olho.

Saímos pra jantar e começou a chover. Fomos na Pizzaria Terraza Firenzee e esperamos séculos por nossa comida (sério, mais de 1h). Só não fomos embora porque não vimos outra opção, chovia, estávamos com fome e tudo conspirava contra nós nesse dia.

Não temos nenhuma boa lembrança de Peruíbe.

O caminho (chuvoso) até Campos do Jordão

Na manhã seguinte, acordamos e o tempo estava completamente nublado, com aquela chuvinha infinita que cairia o dia todo.

Vestimos nossas capas e colocamos sacolinhas plásticas nos pés. Estava tudo lindo até, menos de 15min depois, a gente passar por uma poça d’água gigante e encharcar as botas.

Pegamos chuva durante todo o caminho, de Peruíbe a Campos do Jordão, sendo que ela foi intensificada por uma tempestade e frio no final. Foram bem umas 4h dessa provação.

Passamos pela serra de Cubatão, uma paisagem muito bonita, a estrada cheia de curvas e túneis. Até queria ter tirado fotos, mas chovia…

Erramos o caminho e acabamos passando por dentro de SP também, o que deixou a viagem um pouquinho maior. Na parada pro almoço, já tinha perdido toda a classe mesmo então aproveitei pra me calçar confortavelmente: uma meia seca, uma sacola, a bota e outra sacola kkk

Gente, não é fácil viajar de moto com chuva. Tem que amar muito.

Chegando na serra de Campos do Jordão, começou uma tempestade com raios e tudo que tem direito. Acho que eu estava tão dopada do resto da viagem que nem liguei, mas Adriano ficou desesperado achando que iríamos morrer.

Paramos pra esperar passar e seguimos pra Campos do Jordão.

Chegamos, estávamos molhados e com frio até o último fio de cabelo, e faltando 1km mais ou menos pra chegar na pousada a bateria do celular do Adriano (que era o GPS) acabou. Claro.

Meu celular estava no baú, tivemos que parar pra pegar, é óbvio que o 3G demorou 3 eras pra funcionar, mas conseguimos achar a pousada. Nem se a diária fosse R$ 1.000 teríamos negado (mentira, teríamos).

É impagável você chegar em uma pousada pingando da cabeça aos pés e parecendo um bonecão de posto. Acho que nada tira essa imagem da cabeça do recepcionista.

Felizmente, abrigados, colocamos tudo que tínhamos pra secar no aquecedor e respiramos aliviados de nos livrar da maldição de Peruíbe.

Aqui contamos como foi nossa estada em Campos do Jordão (que, pra compensar, foi DELICIOSA).